Chico Amaral: série de shows celebra a força das parcerias
Celebrar o poder de um encontro. É esse o objetivo da série de shows que o compositor, saxofonista e multi-instrumentista Chico Amaral, 61, inicia nesta quinta-feira (26), e vai até outubro, no Teatro do Centro Cultural do Minas Tênis Clube. A maratona – batizada de "Chico Amaral Convida Seus Parceiros" – se justifica: foi muita gente que fez música ao lado das quase quatro décadas de trabalho sonoro. Nomes do calibre de Lô Borges, Milton Nascimento, Jorge Ben Jor e Flávio Henrique, além dos escolhidos para as apresentações: Samuel Rosa; Marina Machado e Affonsinho; Leo Gandelman; e Ed Motta. É com este último que Chico sobe ao palco na quinta, para iniciar o que chamou de "conversas musicais".
Cada apresentação terá uma dinâmica diferente. Com Ed Motta, o show começa com um número solo de Chico Amaral, para depois convidar o cantor para o palco. "Ele será o crooner. Vamos apresentar nossas parcerias e contar casos, lembranças, anedotas, mas sem conversar demais, senão vira palestra", brinca Chico. Um dos casos que ilustrará a noite é sobre a composição de "Luna e Cera", parceria entre os dois de 1997, quando Ed Motta lançou o disco "Manual Prático para Festas, Bailes e Afins".
"O Ed me pediu um refrão em espanhol. Mas na hora de escrever, acabou saindo em italiano, ficou redondo, deixei. Ele me ligou reclamando. 'Olha, ficou ótimo, mas eu tive um problema com um italiano em Nova York, o cara me ameaçou, não estou legal com eles não'. Eu ri e disse que saiu assim, vai desse jeito mesmo. Ele gravou, e ficou ótimo", conta Chico.
Na avaliação de Chico, a série de shows faz parte de um movimento dele de revisitar a canção, após anos imerso na música instrumental. Foi dessa vontade que também saiu o disco "Plural", lançado em abril, em que ele solta a voz nas faixas. "Eu estou nessa onda. Não quero deixar nenhum mal-entendido, eu gosto do instrumental, mas não deixei de lado meu passado de cancionista. Volta e meia sai uma letra, uma melodia, mas tudo sem pretensão", garante.
Apesar do resgate desse momento cancioneiro, no show com o também saxofonista Léo Gandelman, no dia 15 de agosto, o foco será a música instrumental. "Vamos mostrar nossos repertórios e clássicos da MPB, coisas como Ary Barroso". Na sequência, em setembro, Chico Amaral sobe ao palco com Marina Machado e Affonsinho, que ele considera o seu primeiro parceiro. "Eu fazia muita letra para ele nos anos 1980, na época em que ele era do Hanói-Hanói. Vamos mostrar nossas parcerias, com a Marina Machado cantando principalmente algumas coisas minhas", explica.
Quem encerra a série, em outubro, é Samuel Rosa, vocalista e guitarrista do Skank e um dos principais parceiros do músico. Nesta apresentação, Chico Amaral promete deixar um pouco o saxofone de lado e se dedicar à guitarra. "Não serão os arranjos do Skank, vai ser um formato mais unplugged. Vamos tocar algumas lado B, que não são as mais famosas, mas são muito interessantes", detalha.
A expectativa é que a apresentação sirva, também, para que os dois retomem a parceria, que rendeu sucessos como "Mil Acasos", "Três Lados", "Vou Deixar", "Garota Nacional", "Tão Seu" e "Te Ver", só para ficar em algumas das canções mais famosas. "Estamos cada um muito na sua, mas quem sabe, mais para a frente, não acontece alguma coisa? As portas estão sempre abertas para nós dois, vamos ver o que vai acontecer", conclui.
Vai lá
Chico Amaral Convida Seus Parceiros – Ed Motta
26 de julho, quinta-feira, 21h
Centro Cultural Minas Tênis Clube (Rua da Bahia 2224 – Belo Horizonte/MG)
Ingressos: R$ 40 (inteira); R$ 20 (meia) – Disponíveis na bilheteria do Centro Cultural MTC e pelo site https://www.eventim.com.br/chico-amaral-convida-ed-motta-ingressos-belo-horizonte)
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