Chinatown à mineira: baixo centro de BH oferece restaurantes típicos
João Renato
22/05/2018 08h00
A região que concentra imigrantes orientais em Belo Horizonte ainda não é do tamanho de equivalentes mais famosas, como as que estão em São Paulo, Nova York ou São Francisco. Mas não é exagero chamar os quarteirões do cruzamento entre a rua Curitiba e a avenida Oiapoque, no centro, de Chinatown mineira.
Com a imensa quantidade de imigrantes originários da China, que trabalham nos shoppings populares da região, era natural que surgissem restaurantes para atendê-los. Hoje, são pelo menos três, além de uma mercearia com produtos típicos.
Algumas coisas dificultam a exploração. A primeira, e mais óbvia, é o idioma. Como são locais voltados para a colônia local, a preocupação em falar português nos estabelecimentos varia. Alguns têm cardápios bilíngues ou atendentes que arranham o idioma. Outro problema é que a higiene – apesar de seguir a média das lanchonetes de rua da região – pode afugentar os mais sensíveis. A localização também é complicada. Um dos restaurantes e a mercearia sequer têm placa ou nome reconhecível, o que deixa ainda mais difícil encontrá-los.
Mesmo assim, a exploração vale a pena. Afinal, um restaurante desses oferece uma experiência bem mais autêntica do que os tradicionais da cidade. Por por contarem com uma clientela típica, eles são uma oportunidade que aproxima de como é a experiência de ir até a China, mas sem sair de BH. Além disso, suas receitas ainda não foram abrasileiradas, e contam com opções e temperos que são ao mesmo tempo exóticos e fascinantes.
Chen Chang Kee Noodle House
É o primeiro do tipo da região. Para chegar lá, é preciso subir três lances de escada dentro de uma galeria comercial. O espaço sofreu uma ampliação há pouco tempo, já que os brasileiros estão tão frequentes no local quanto os chineses. O carro-chefe é o bifun, servido tanto como sopa (foto acima) ou com molho, mais ao gosto ocidental. Em ambos, ele é acompanhado de carne de porco, ovo, legumes e cogumelos.
Vai lá:
Rua Curitiba, 130, terceiro andar
Grande Muralha
Vai lá:
Avenida Oiapoque, 156
Restaurante Sem Nome
É o mais recente a ser aberto na região e também o menos interessante. Não tem placa na porta (nem nome) e o cardápio se resume a dois pratos: bifun, com lombo e legumes, e uma versão oriental do arroz à grega, com legumes, mortadela (!) e muito óleo. Impacientes, os atendentes brasileiros não ajudam muito os proprietários chineses, que não falam nada de português. A solução para fazer o pedido é contar com a boa vontade dos nossos conterrâneos ou partir para a mímica.
Vai lá:
Rua Curitiba, 72
Mercearia Chinesa
Fica meio escondida dentro do estacionamento do shopping popular Xavantes. Alguns dos produtos são importados diretamente da China. Entre as opções que enchem as prateleiras estão diversos tipos de arroz, macarrão e cogumelos frescos. Alguns animais secos, como lulas e cabeças de pato também podem ser encontrados. Em um freezer, um chá verde chinês disputa espaço com o guaraná e os refrigerantes de cola.
Vai lá:
Avenida Oiapoque, 177-C
Sobre o autor
João Renato Faria é jornalista de Belo Horizonte, atualmente no jornal O Tempo, e com passagens por Portal Uai, Estado de Minas e revista Veja BH. Gosta de descobrir novidades gastronômicas pela cidade, de música pesada, de rock instrumental e novidades da cena independente. Tem a compulsão de comprar livros mais rápido do que consegue lê-los. Já pensou em se mudar de BH, mas por enquanto a cidade é o único lugar com um feijão-tropeiro decente.
Sobre o blog
A música e a gastronomia de Belo Horizonte são o foco do blog. Os posts abordam tendências sonoras, eventos, atividades de casas de shows e a movimentação da cena independente. Os textos também falam sobre as boas opções de comidas de rua, bares e lanchonetes, veteranas ou recém-inauguradas na cidade.