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Oito feiras que vale a pena conhecer em Belo Horizonte

João Renato

04/09/2018 12h40

A piada é antiga. Sem mar, o belo-horizontino vai para o bar. Mas a realidade é que a cidade oferece mais do que botecos, bares e biroscas para quem sonha em aproveitar o dia com o som do oceano ao fundo. As feiras de rua são uma alternativa para quem busca passar o fim de semana ao ar livre. Em vez de encarar insossas paredes que mantêm o foco do trabalhador na tela, as opções são ricas em queijos, vinhos, cervejas e cafés, além de quitutes como frango com quiabo e petiscos elaborados por chefs. Tudo valorizando a produção gastronômica e artística de um estado que se destaca quando a conversa é sabores e criatividade. Abaixo, listamos oito opções de feiras interessantes e diferentes para quem quer aproveitar a cidade.

Produtos típicos e boa gastronomia são as opções da feira Aproxima (Foto: Victor Schwaner/Divulgação)


Aproxima
Idealizada pelo chef Eduardo Maya – um dos criadores do festival Comida di Buteco –, ela reúne pequenos produtores de gastronomia, normalmente descobertos em expedições no interior de Minas. Os expositores variam a cada edição, mas a curadoria é precisa e mostra um pouco da diversidade culinária de Minas Gerais, com queijos, vinhos, cervejas, cafés, embutidos, geleias, compotas e produtos frescos à venda. Completam a lista de barraquinhas as boas opções de comidas feitas na hora e bebidas, como cervejas artesanais e vinhos locais. Realizada em todo primeiro sábado do mês, a feira é itinerante e costuma ocupar espaços públicos como o entorno do Museu Histórico Abílio Barreto e o pátio da Casa Fiat de Cultura.

Dedicada às cervejas artesanais, a Experimente é realizada no Jardim Canadá (Foto: Divulgação)


Experimente
O bairro Jardim Canadá, em Nova Lima, cidade vizinha à Belo Horizonte, é um dos principais polos de cervejas artesanais no país. A Experimente funciona como um resumo dessa cena, reunindo diversos produtores da bebida na praça Quatro Elementos todo segundo sábado do mês. Marcam presença constante rótulos como Küd, Falke, Krug, Wäls e Verace, além de diversos outros convidados. Para acompanhar a bebedeira, os organizadores elencam chefs e restaurantes que executam petiscos, pizzas, hambúrgueres e massas na hora. Bandas de rock completam o evento e cumprem a função de fazer a trilha sonora.

Feira da Savassi
Ocupa um quarteirão da rua Tomé de Souza, entre a rua Pernambuco e a avenida Cristóvão Colombo toda quinta-feira. Considerada uma feira-modelo pela Prefeitura de Belo Horizonte, ela tem dois momentos. De dia, as bancas oferecem produtos como biscoitos, queijos, frutas e peixes. A partir das 18h, quando o pessoal que trabalha nos escritórios da região começa a deixar o serviço, ela vira um dos happy hours mais concorridos da cidade, com os feirantes preparando espetinhos, acarajé, feijão-tropeiro e pastéis, todos acompanhados de cerveja bem gelada. Uma boa parte utiliza esse momento como aquecimento para uma balada posterior, mas não se engane: para muita gente a feira é o destino final da noite.

Feira Fresca
Os produtos orgânicos e com origem na agricultura familiar do entorno da capital mineira são a estrela dessa feira itinerante, que é realizada todo fim de semana. Hortaliças, legumes, frutas, ovos, compotas, geleias, queijos e mel. Como um dos objetivos da feira é desacelerar da vida corrida, a trilha sonora costuma contar com bandas de jazz e música instrumental. Chefs convidados costumam elaborar um prato principal, produzido com ingredientes da própria feira.

Feira de Tudo
É realizada uma vez por mês na pracinha em frente ao prédio da Escola de Arquitetura da UFMG, na Savassi. Os expositores costumam oferecer publicações independentes, roupas no estilo brechó, produtos de design como quadros e objetos de decoração, bordados, mudinhas de plantas e comidinhas como brigadeiros, brownies e geleias caseiras.

A literatura é o foco da feira Textura, realizada pelo Agosto Butiquim, no Prado (Foto: Divulgação)


Textura
O foco aqui é a literatura. A feira, que ocupa o Agosto Butiquim, em uma rua tranquila do charmoso bairro Prado, é realizada trimestralmente e costuma reunir as pequenas editoras, os autores independentes de Belo Horizonte e produtores artesanais que lidam com o papel. Selos locais como Letramento, Crivo, Impressões de Minas, Moinhos e Mazza marcam presença e apresentam seus lançamentos mais recentes. Depois de folhear bastante, vale a pena sentar em uma das mesas do bar para apreciar seus livros recém-comprados e se esbaldar com as ótimas opções do bar comandado pelos primos Joana Castro e Lucas Brandão. O vazio carnudo – receita que venceu o concurso Botecar 2017 – consiste em uma fraldinha assada lentamente, acompanhada de cebola roxa, chipas de mandioca com gergelim e abobrinha em conserva, regadas ao molho de cerveja preta.

A Feira Tom Jobim reúne comidas típicas e antiguidades (Foto: Marcelo Machado/PBH)


Feira Tom Jobim
É realizada todo sábado, em um lugar que já é um charme só: um trecho arborizado da avenida Carandaí, entre a avenida Brasil e a rua Ceará, no encontro dos bairros Funcionários e Santa Efigênia. Na verdade, são duas feiras em uma só. Metade dos expositores se dedica às comidas e preparam receitas mineiras como feijão-tropeiro e costelinha com quiabo e também de outros países, como quibes e esfirras típicos da culinária árabe. A outra metade expõe antiguidades como móveis, objetos de decoração, utensílios, taças, lustres, discos de vinil e moedas antigas.

A feira da Afonso Pena, também chamada de feira Hippie, é uma das maiores do mundo (Foto: Divino Advincula/PBH)


Feira de Arte e Artesanato de Belo Horizonte
A maior de todas as feiras da cidade praticamente dispensa apresentações. Mais conhecida como feira Hippie, ela conta com cerca de 2.500 expositores e ocupa um trecho de 600 metros da avenida Afonso Pena todo domingo. Com esse porte, é considerada a maior a céu aberto da América Latina. Além de objetos de decoração, vestuário, arte, tapeçaria e móveis, ela conta com barracas que vendem comida. Um dos maiores sucessos da feira é o acarajé, feito no bolinho de feijão frito na hora. Se o objetivo for a comida, a dica é o horário: vale a pena chegar muito cedo, antes das 8h, ou mais tarde, depois de meio-dia.

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Sobre o autor

João Renato Faria é jornalista de Belo Horizonte, atualmente no jornal O Tempo, e com passagens por Portal Uai, Estado de Minas e revista Veja BH. Gosta de descobrir novidades gastronômicas pela cidade, de música pesada, de rock instrumental e novidades da cena independente. Tem a compulsão de comprar livros mais rápido do que consegue lê-los. Já pensou em se mudar de BH, mas por enquanto a cidade é o único lugar com um feijão-tropeiro decente.

Sobre o blog

A música e a gastronomia de Belo Horizonte são o foco do blog. Os posts abordam tendências sonoras, eventos, atividades de casas de shows e a movimentação da cena independente. Os textos também falam sobre as boas opções de comidas de rua, bares e lanchonetes, veteranas ou recém-inauguradas na cidade.

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