O Carnaval já começou em Belo Horizonte
João Renato
15/01/2019 12h06
O Carnaval de Belo Horizonte já é realidade nos ensaios e festas (Foto: PBH)
Hoje é até difícil de lembrar, pois parece que foi há séculos atrás. Mas teve um tempo em que Belo Horizonte virava uma espécie de cidade-fantasma no Carnaval. A turma que não dispensa uma folia costumava ir para cidades históricas como Ouro Preto e Diamantina, além do litoral capixaba, a Bahia, o Rio de Janeiro e até Recife, enquanto a capital mineira parecia cenário da série "The Walking Dead".
O cenário começou a virar em 2010, quando os primeiros blocos tomaram as ruas desertas da cidade. O crescimento foi exponencial. Em 2019, a prefeitura de Belo Horizonte estima que 4,5 milhões de foliões vão aproveitar a festa, um aumento de 20% em relação aos 3,8 milhões de pessoas do ano passado. O número de blocos registrados também saltou para 590, outro aumento considerável quando se lembra que, em 2018, foram 480. Vale lembrar ainda que vários blocos não são registrados, o que deve fazer o número chegar perto de 700 neste ano.
E se na letra fria do calendário, o Carnaval só começa no dia 2 de março, em termos práticos, a folia na capital mineira já começou, com diversos blocos preparando ensaios abertos e festas. Confira algumas das opções abaixo:
Sonoriza
O festival será neste sábado, 19, na Serraria Souza Pinto, e reúne seis dos blocos mais disputados da cidade para arrecadar fundos para a manutenção de suas estruturas. A partir das 14, Então, Brilha, Juventude Bronzeada, Havayanas Usadas, Garotas Solteiras, Pena de Pavão de Krishna (PPK) e Tchanzinho Zona Norte vão antecipar algumas da músicas e marchinhas preparadas para esse ano. Os ingressos custam R$ 25 e podem ser comprados aqui.
O Então, Brilha, é um dos principais blocos do Carnaval de BH (Foto: Alexandre Gusanshe/Acervo Belotur)
Praia da Estação
O evento surgiu em 2010, como forma de protestar contra o então prefeito Marcio Lacerda, que emitiu um decreto proibindo "eventos de qualquer natureza" na Praça da Estação, no centro de Belo Horizonte. É desorganizado e caótico, como todo bom Carnaval deve ser. Não cobra entrada: é só chegar de roupa de banho e se divertir. Não esqueça o protetor solar. A próxima edição será neste sábado, 19, a partir de 12h.
A Praia da Estação surgiu como protesto contra decreto que proibia eventos (Foto: Facebook/reprodução)
Me Beija Que Eu Sou Pagodeiro
Dedicado ao pagode de bandas que fizeram sucesso nos anos 90, como Só Pra Contrariar, Exaltasamba e Katinguelê, o grupo faz ensaio no sábado, 19, a parti das 14, no espaço Catavento Cultural (Rua Ozanam, 711, Ipiranga). Os ingressos saem a R$ 10 aqui.
Bartucada e Chama o Síndico
O Bartucada nasceu para o Carnaval de Diamantina, mas marca presença também na folia belo-horizontina. Já o Chama o Síndico costuma ser um dos destaques do pré-Carnaval da cidade, arrastando muita gente com suas versões de Tim Maia e Jorge Ben Jor. Os dois grupos se apresentam neste sábado, 19, a partir das 22h, no terceiro andar do Mercado Novo. O ingresso sai a R$ 20 aqui.
O Chama o Síndico arrasta multidões com sua mistura de Jorge Ben Jor e Tim Maia (Foto: Cacá Lanari)
Ensaio Monobloco
O grupo carioca é presença garantida no Carnaval de Belo Horizonte, com desfile marcado para o dia 5 de março, no entorno do Mineirão. Antes, a seção mineira da trupe dá uma prévia de como será a folia no domingo, 20, a partir das 17h, no Mercado Novo. A entrada custa R$ 20 e pode ser comprada aqui.
Sobre o autor
João Renato Faria é jornalista de Belo Horizonte, atualmente no jornal O Tempo, e com passagens por Portal Uai, Estado de Minas e revista Veja BH. Gosta de descobrir novidades gastronômicas pela cidade, de música pesada, de rock instrumental e novidades da cena independente. Tem a compulsão de comprar livros mais rápido do que consegue lê-los. Já pensou em se mudar de BH, mas por enquanto a cidade é o único lugar com um feijão-tropeiro decente.
Sobre o blog
A música e a gastronomia de Belo Horizonte são o foco do blog. Os posts abordam tendências sonoras, eventos, atividades de casas de shows e a movimentação da cena independente. Os textos também falam sobre as boas opções de comidas de rua, bares e lanchonetes, veteranas ou recém-inauguradas na cidade.