Copo Café: umas das melhores cafeterias de BH também é a menor
Apontar a melhor cafeteria de Belo Horizonte é tarefa ingrata. A capital do Estado que mais produz café no país tem abundância de casas que tratam o grão com respeito, como o Café Kahlúa, a Academia do Café, o OOP e o Intelligenza. E para provar que tamanho não é documento, a menor cafeteria da cidade, aberta no fim do ano passado, também marca presença nesse pódio.
Cravada no coração da Savassi, a Copo Café ocupa literalmente uma portinha. O espaço tem apenas 2,33 metros quadrados, suficientes para um barista, o maquinário, um estoque enxuto e… nada mais. A iniciativa é ousada, já que o cafezinho, em Minas Gerais, é muito mais que o líquido e envolve todo um ritual, que inclui aquele dedo de prosa e um quitute. Mas como a proposta do lugar é sair carregando o copo por aí, coisa difícil de fazer numa cidade em que a bebida é sempre servida na porcelana, a falta de mesas e cadeiras nem é sentida.
Ajuda muito, também, o fato de o café ser excelente. Um dos sócios da diminuta casa é Felipe Brazza, proprietário do Café das Amoras, que produz o grão em uma fazenda em São Gonçalo do Sapucaí, no Sul de Minas. Com o frescor da matéria-prima garantido, o resultado no copo se destaca. O café coado (R$ 3, 70 ml; R$ 4,50, 140 ml) é com o grão da torra média e da torra média-escura. Na boca, a diferença entre os dois tipos é a intensidade do sabor, já que ambos têm acidez na medida certa e uma doçura marcante, que praticamente dispensa o uso do açúcar (ou do horrível adoçante, para quem gosta – o que não é o caso deste blogueiro).
Outras opções, como o espresso (R$ 5) ou o gelado coffee shake (R$ 9), que leva espresso, baunilha, caramelo e gelo de café também têm boa saída, graças à mão apurada das baristas da casa. Mas um dos campeões de pedidos é o delicioso mocha nutella (R$ 12), que leva o creme de avelãs, leite vaporizado, creme de leite e espresso. A combinação, bastante equilibrada, não chega a ser doce demais, e não faz feio substituindo uma sobremesa depois do almoço.
O capricho na execução das bebida é quase uma missão para os sócios. "O Brasil é o maior produtor de café do mundo, e Minas Gerais o maior produtor no país. Mesmo assim, as pessoas tomam cafés ruins. Temos esse objetivo de deixar o café especial mais acessível", explica o também proprietário Bruno Taunay. O público, segundo ele, vem respondendo de acordo. Por mês, são vendidos cerca de 3 mil copos.
Para Taunay, o café está fazendo o percurso que o vinho e a cerveja já fizeram. "Hoje, ninguém bebe mais aquele vinho doce de garrafão, as pessoas evoluíram o paladar. Com o café, está ocorrendo a mesma coisa", avalia.
Para o futuro próximo, ele antecipa algumas novidades do Copo Café. "Estamos lançando um copo retornável e, inspirados nas cervejarias de BH, estamos planejando, para daqui uns quinze dias, a chegada de um growler, uma garrafa térmica retornável, para a pessoa levar uma quantidade maior da bebida e ter um desconto por isso", conta. Os viciados em cafeína agradecem.
Vai lá
Copo Café
Rua Antônio de Albuquerquer, 626, Savassi
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