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Blog do João Renato

Oito bandas e artistas de BH que você precisa conhecer agora

João Renato

09/04/2019 18h41

Uma das revelações da cidade, a Orquesta Atípica de Lhamas aposta em uma mistura de sons latinos (Foto: Beth Freitas)

Que Belo Horizonte é um celeiro musical, isso ninguém discute. Afinal, a cidade já forneceu ao mundo nomes como Milton Nascimento e o Clube da Esquina, Sepultura, Skank e Pato Fu. Felizmente, a cena musical da capital mineira continua viva e efervescente, produzindo artistas e bandas que merecem atenção.

Tem muito rock, claro. Afinal, a arqueologia sonora da cidade mostra que o estilo sempre foi forte. Mas além de guitarras barulhentas, o rap feito na cidade começa a pedir passagem, com shows lotados e artistas lançando discos um atrás do outro. A movimentação é consequência do evento Duelo de MCs, que desde 2007 organiza batalhas freestyle entre cantores do estilo.
Outro movimento de rua, o avassalador Carnaval belo-horizontino, também começa a mostrar que suas atrações são diversão garantida o ano inteiro.

Djonga


É um dos principais nomes do rap brasileiro na atualidade. Vem em uma produção crescente e constante, lançando um disco por ano desde 2017. Seu mais recente é "Ladrão", que saiu em março e consolidou Djonga como um dos expoentes do estilo a nível nacional. No Youtube e no Spotify, o álbum ultrapassou a marca de 14 milhões de plays, com suas letras sobre desigualdades sociais e com referências à cultura brasileira.

Fabrício FBC


"E aí, já ouvi o disco do FBC?". A pergunta viralizou no Twitter no fim do ano passado, como tática de guerrilha promovida pelo próprio Fabrício para divulgar seu primeiro disco, "S.C.A.". As batidas de trap, subgênero mais pesado e agressivo do rap, formam a camada sonora em que FBC detalha a dura realidade da vida na periferia de Belo Horizonte. Em faixas como "Frank & Tikão" e "Superstar", surgem a superação de dificuldades e a busca por uma vida melhor, enquanto "17 anos" relata o envolvimento da juventude com a criminalidade.

Orquesta Atípica de Lhamas


O grupo surgiu a partir de do bloco de Carnaval Cómo te Lhama?, dedicado a sons latinos como reggaeton, ragga, lambada, guaracha, rumba e, principalmente cumbia, estilo originário da Colômbia e difundido na América do Sul. Para completar essa sensação de conexão com os países vizinhos ao Brasil, além do português, as músicas são cantadas também em espanhol, já que Claudia Manzo e Carlos Bolívia, vocalistas do grupo, nasceram respectivamente no Chile e na Bolívia. No palco, a dupla é completada pela também vocalista Laura Lopes e por cerca de 15 outros músicos, que são responsáveis por instrumentos de percussão, sopro e harmonias.

Carahter


A mistura de punk, metal e hardcore faz do Carahter uma das bandas mais pesadas atualmente de Belo Horizonte. Musicalmente, o grupo está na vanguarda do estilo e conseguiu criar um som próprio e marcante, com uma agressividade ímpar. O quinteto, que conta com os guitarristas Daniel Debarry e Rodrigo Gazzinelli, o baixista Rodrigo Grilo, o baterista Diogo Gazzinelli e o vocalista Renato Rios Neto, prepara um novo trabalho de estúdio, após o bem sucedido "Turvo", que foi inspirado pela tragédia de Mariana.

Daparte


A banda tem ascendência nobre: o vocalista e guitarrista Juliano Alvarenga é filho de Samuel Rosa, frontman do Skank. Mas o quinteto, que também conta com João Ferreira (guitarra e voz), Túlio Cebola (baixo e voz), Bê Cipriano (teclado e voz) e Daniel Crase (bateria) bebe mais na fonte do Clube da Esquina e do rock britânico. Apesar de pouco tempo de estrada – apenas três anos –, a banda vem marcando presença em shows e festivais pelo Estado e conquistando um público fiel. O trabalho mais recente é "Charles", de 2018, com dez faixas.

Oceania


Capitaneada pelo vocalista e guitarrista Gustavo Drummond, a banda é uma evolução natural de seus trabalhos anteriores, Diesel e Udora, que se tornaram lendários no underground mineiro. Nessa encarnação musical, ele é acompanhado de Daniel Debarry no baixo e Túlio Braga na bateria. O trio tem um disco já lançado, "Beneath the Surface", que saiu no fim de 2017, com dez faixas. Todo cantado em inglês, o álbum traz um rock pesado e moderno, que deixa claro a influência do Alice in Chains na obra de Gustavo. Ao vivo, o grupo tem impressionado por apresentações enérgicas e, muitas vezes, catárticas.

Young Lights


O vocalista Jairo Horsth Paes passou a adolescência nos EUA, onde cresceu. A banda surgiu em 2010, como um projeto solo, e só virou um grupo de verdade a partir de 2015. O som tem uma pegada no folk americano, com pitadas de rock, indie e punk. O registro mais recente é o disco auto-intitulado, lançado em 2017, e que traz faixas intensas e, ao mesmo tempo, contemplativas. Um novo álbum já está sendo produzido e deve ser lançado ainda em 2019.

Lagum


O grupo ganhou um empurrãozinho na carreira graças ao atacante Neymar, do PSG e da Seleção. No ano passado, durante a Copa do Mundo da Rússia, o craque compartilhou no Instagram a música "Deixa", em parceria com a cantora Ana Gabriela. A faixa acabou entrando no ranking das 50 mais tocadas do Spotify, com quase 60 milhões de plays. Cantado em português, o som do quinteto formado por Pedro Calais (vocal), Otávio Cardoso (guitarra), Glauco Borges (guitarra), Francisco Jardim (baixo) e Tio Wilson (bateria) passeia por pop, rock e até reggae.

Sobre o autor

João Renato Faria é jornalista de Belo Horizonte, atualmente no jornal O Tempo, e com passagens por Portal Uai, Estado de Minas e revista Veja BH. Gosta de descobrir novidades gastronômicas pela cidade, de música pesada, de rock instrumental e novidades da cena independente. Tem a compulsão de comprar livros mais rápido do que consegue lê-los. Já pensou em se mudar de BH, mas por enquanto a cidade é o único lugar com um feijão-tropeiro decente.

Sobre o blog

A música e a gastronomia de Belo Horizonte são o foco do blog. Os posts abordam tendências sonoras, eventos, atividades de casas de shows e a movimentação da cena independente. Os textos também falam sobre as boas opções de comidas de rua, bares e lanchonetes, veteranas ou recém-inauguradas na cidade.

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