Mercado Novo prepara o seu ressurgimento
Inaugurado nos anos 60, o Mercado Novo, planejado para complementar o tradicional Mercado Central, nunca alcançou a fama do irmão mais velho. Separados por apenas um quarteirão e meio, eles parecem estar a mundos de distância. Enquanto o cartão-postal vive com suas lojas ocupadas por vendedores tradicionais e seus corredores lotados, o Mercado Novo padece de um desinteresse geral, sem um grande público e com a maior parte de suas lojas fechadas.
O espaço acabou encontrando vocação para abrigar pequenas gráficas, fornecedoras de uniformes, restaurantes simples, fornecedores de insumos e algum movimento na madrugada, com uma feira de produtores e o Bar do Zé Luiz, reduto de taxistas e boêmios em geral. O terceiro andar, que abrigaria uma feira, nunca foi totalmente concluído – apesar de ter recebido nos últimos anos o Mercado das Borboletas, que funcionava como espaço de shows e eventos.
No início do mês, a maré começou a mudar, com a abertura de duas novas casas no Mercado Novo. A Cervejaria Viela, responsável pelo bar Juramento 202, criou a Distribuidora Goitacazes, que funciona como bar e engarrafadora. De frente para ela está a Cozinha Tupis, projeto do chef Henrique Gilberto, que passou pela Belo Comidaria e pelo Buffet Rullus.
Vale destacar que as duas casas são apenas o início de um projeto batizado de Velho Mercado Novo, que prevê, para os próximos meses, a instalação de um espaço da destilaria Yvy, um laboratório de revelação de fotos, uma charcutaria, uma doceria, entre outras propostas, que pretendem levar um público revigorado para o combalido Mercado Novo.
Enquanto os vizinhos não abrem, já vale visitar o lugar. Como os focos são diferentes, as duas casas se complementam e acabam funcionando como uma coisa só. O sistema de fichas facilita na hora dos pedidos, já que as casas não têm garçons. As cervejas de 500 ml, custam R$ 13, enquanto a comida começa em R$ 9 e vai até R$ 45. Queridinho da noite belo-horizontina, o Xeque-mate, combinação de rum e chá mate, sai a R$ 35 a garrafa.
Como também não existem mesas, a solução é improvisar caixotes ou tentar um lugar nos balcões, que dão vista para dentro dos dois estabelecimentos. Geladas, as cervejas stout e IPA escoltam bem os pedidos da cozinha, que compra quase todos os seus ingredientes no próprio Mercado Novo.
As receitas misturam a culinária afetiva mineira com técnicas e produtos atuais. A borda de lasanha (R$ 27) faz uma releitura do prato clássico e combina a massa com carne bovina picada na faca, acompanhada de uma farofa de pão de alho. Servido em uma bacia de alumínio, o arroz de galopé leva uma combinação de galo com pé de porco (R$ 36) e é temperado à perfeição. Já a canela de boi (R$ 45) cumpre o papel de banquete. A carne cozida e finalizada com molho é tenra e bem executada, e é acompanhada de farofa de semente de abóbora, cogumelo shiitake, alho-poró, batata doce e beterraba assadas e um aveludado purê de couve-flor.
O horário de funcionamento, por enquanto, é restrito. As duas casas abrem às quintas e sextas, a partir das 18h e sábados e domingos a partir de meio-dia.
Vai lá
Distribuidora Goitacazes e Cozinha Tupis
Av. Olegário Maciel, 742 – Mercado Novo (à noite, entrada pela rua Rio Grande do Sul)
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