Sete livros para conhecer Belo Horizonte
A coincidência de datas é boa demais para deixar passar batido. Primeiro, a última segunda-feira (29) marcou a comemoração do Dia Nacional do Livro no país. Além disso, no dia 12 de outubro, o escritor Fernando Sabino completaria 95 anos. A data foi a mesma em que o romance "O Encontro Marcado" completou a marca histórica de 100 edições. Para celebrar duas ocasiões, uma lista de sete romances e uma coleção de não-ficção reúne histórias e narrativas que se passam em Belo Horizonte.
"O Encontro Marcado" – Fernando Sabino
Reconhecido como o grande romance de formação brasileiro, o livro narra a história de Eduardo Marciano, espécie de alter-ego de Fernando Sabino, desde a infância até a fase adulta. Durante o crescimento, antes de se mudar para o Rio de Janeiro, o personagem circula por pontos icônicos da cidade, como o Parque Municipal, a Praça da Liberdade, o Minas Tênis Clube e a lagoa da Pampulha. Lançado em 1956, já teve mais de 500 mil exemplares impressos – um número impressionante para o mercado editorial nacional.
"O Amanuense Belmiro" – Cyro dos Anjos
A rotina da Belo Horizonte dos anos 30, vista sob os olhos de um funcionário público com uma tendência lírica. Este é o resumo de "O Amanuense Belmiro", que mostra a vida do escrivão Belmiro Borba, que mora com as duas irmãs em uma casa no bairro Prado. No livro, que é escrito em formato de diário, o personagem passeia de bondes, anda pelo centro da cidade e encara um baile de Carnaval, com direito à lança-perfume liberado.
"Ontem à Noite Era Sexta-feira" – Roberto Drummond
É difícil escolher apenas uma obra de Roberto Drummond sobre Belo Horizonte, já que o escritor usou a capital mineira como cenário de praticamente toda sua bibliografia. Tudo bem que "Hilda Furacão", com a vida boêmia da cidade dos anos 50 como pano de fundo e que virou minissérie da Globo, seria uma escolha mais óbvia. Mas em "Ontem à Noite Era Sexta-feira", Roberto faz uma descrição da vida noturna agitada da Belo Horizonte dos anos 80, que tinha como epicentro o restaurante Chez Bastião, na Savassi.
"Beira-Mar" – Pedro Nava
Amigo de gente como Carlos Drummond de Andrade, João Alphonsus, Abgar Renault e Emílio Moura, o médico e escritor Pedro Nava é considerado um dos maiores memorialistas da literatura brasileira, graças aos seis livros em que reconta sua vida e traça um panorama amplo das mudanças do Brasil da República Velha para a Era Vargas. Em "Beira-Mar", ele detalha a capital mineira dos anos 20, com a Rua da Bahia como eixo cultural e boêmio, além de mostrar a cidade como um grande centro de funcionários públicos.
"Minha Bela Putana" – Wander Piroli
Espécie de biógrafo não-oficial da Lagoinha, antigo bairro boêmio de Belo Horizonte, Wander Piroli descreve, em uma série de contos e poemas, a vida no baixo meretrício da cidade. Em uma prosa seca e concisa, os personagens tentam aplacar a solidão no encontro com prostitutas, durante perambulações pela madrugada.
"O Jogo do Camaleão" – Marçal Aquino
O submundo da capital mineira no início dos anos 90 é o pano de fundo deste romance da coleção Vagalume. Em "O Jogo do Camaleão", Marçal Aquino mostra o envolvimento de Ricardo, um jovem de São Paulo que viaja para Belo Horizonte para conhecer o pai, com duas gangues rivais de ladrões de carro. Brigas e perseguições em pontos como a rodoviária da capital, o Edifício JK e o viaduto Santa Tereza dão o tom de policial ao livro.
"Fazendo Meu Filme" – Paula Pimenta
Comemorando seu décimo aniversário neste ano, o sucesso adolescente da autora belo-horizontina é a publicação mais recente da lista. O livro gira em torno de temas típicos da literatura juvenil, como primeiro amor, primeira viagem internacional e a ansiedade em escolher uma profissão. A grande diferença é que os personagens vivem na capital mineira e suas andanças incluem esquinas nada turísticas, mas que fazem parte da vida da classe média alta da cidade.
BÔNUS
Coleção "BH, a Cidade de Cada Um"
Comandada pelos escritores e jornalistas José Eduardo Gonçalves e Sílvia Rubião, a coleção já tem mais de 30 volumes. Em cada livro, um escritor é convidado para detalhar um bairro ou um ponto da capital mineira. A lista de autores tem gente como Wander Piroli, Fernando Brant, João Perdigão, Tião Martins e Márcio Rubens Prado, detalhando experiências em lugares como os estádios Independência e Mineirão, o Mercado Central, o bairro Santa Tereza e o edifício Arcângelo Maletta. O mais recente, lançado em agosto, é sobre o bairro Renascença, assinado pela poeta Ana Elisa Ribeiro.
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