Painéis gigantes de arte urbana tomam o centro de Belo Horizonte
O centro de Belo Horizonte vem ganhando cara e cor nova desde o último dia 5. É que o Circuito Urbano de Artes (Cura) está realizando sua terceira edição, cobrindo as empenas – paredes laterais sem janelas, normalmente cinzentas e sem graça – de prédios com murais artísticos.
São quatro trabalhos em andamento, com a previsão de serem concluídos até o domingo, 18.
O ponto privilegiado para quem quer acompanhar o andamento das artes é a efervescente rua Sapucaí. Com uma mureta que oferece uma vista para o centro da cidade, a via recebe todos os dias, a partir das 16h, o Mirante Cura, misto de festa e contemplação artística. O evento só termina no domingo, 18, a partir das 10h da manhã, para receber uma festa que contará com DJs e MCs da cena independente da cidade e marcará o encerramento do evento.
De lá, além das novas empenas, também será possível apreciar os murais pintados nas duas edições anteriores, como o da argentina Milu Correch, que mostra duas mulheres nuas mascaradas e virou uma espécie de novo cartão-postal da cidade. Segundo Janaína Macruz, uma das idealizadoras do Cura, a rua já é considerada o maior mirante de arte urbana do mundo. "Não existe nada parecido fora, um lugar que permita ver tantas obras sem muito deslocamento "Se você percorrer a Sapucaí inteira (são apenas cinco quarteirões) é possível ver todas as empenas que pintamos", afirma.
Quem aparece por lá pode ver como está ficando, por exemplo, a arte do edifício Amazonas Palace Hotel. Comandado pela argentina radicada na Espanha Hyuro, uma das principais artistas de murais do mundo, o painel está sendo desenhado com inspirações feministas. O edifício Chiquito Lopes recebe uma arte da grafiteira Criola, que realiza sua arte em uma fachada cega de 1.365 metros quadrados, a maior desta edição. "A Hyuro já pertence ao mainstream da arte urbana, é um sonho antigo nosso de trazê-la e só agora as agendas encaixaram. Já a Criola é uma das maiores grafiteiras do Brasil, e é de Belo Horizonte. Ela está fazendo um mural incrível, que mistura técnicas de stencil e pintura, com uma influência africana, de cores fortes", conta Janaína.
Os outros dois painéis estão no edifício Satélite, lado a lado. Em um deles, o artista Comum, que também é de Belo Horizonte, se propôs a criar uma arte gigantesca de 65 metros de altura usando apenas stencil – técnica que usa moldes vazados. Para produzir a obra, ele encarou um processo de pré-produção em que cortou 700 placas para formar o seu desenho.
Do outro lado, está uma reunião de 21 pintores dedicados à caligrafia urbana, com nomes referência no grafite da capital, como Carimbo, Goma e Surto. Segundo Janaína, a ideia de levar os artistas que estão nas ruas era antiga, mas só deu certo agora, com a empena de autoria coletiva. "São vários estilos, várias tipografias. Queremos mostrar para o público que a letra também é um tipo de arte", conclui Janaína.
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