Como aproveitar BH em janeiro
Todo belo-horizontino sabe: em janeiro, ocorre uma espécie de grande migração de mineiros rumo à praia. Essa grande onda de despraiados se divide entre destinos tradicionais, como Cabo Frio, Guarapari e Porto Seguro, e novidades para o mineiro que pratica o nomadismo no verão, como Cumuruxatiba e Boipeba. O resultado óbvio é que Belo Horizonte sofre um esvaziamento geral nesta época. A situação, convenhamos, não é de todo mal, uma vez que permite que a cidade seja aproveitada sem filas, muvucas e trânsito. Assim, segue uma lista com sugestões de programas que são mais agradáveis ou simples de se fazer com a cidade mais tranquila.
Dê um rolé de bike
Vários fatores dificultam um passeio de bicicleta em Belo Horizonte. O traçado complexo da cidade, cheio de cruzamentos, impede que se desenvolva uma velocidade razoável. A quantidade obscena de morros também costuma ser apontada como dificultador. Some a isso a péssima educação dos nossos motoristas e pronto, eis o cenário perfeito para um desânimo geral com a volta sobre duas rodas. Como em janeiro o trânsito fica suavizado, é o momento perfeito para quem sempre quis testar uma ciclovia da cidade.
Visite o centrão com calma
A famosa Praça Sete, centro nevrálgico de Belo Horizonte, costuma ser um lugar de passagem. Quem passa por lá está, inevitavelmente, apressado indo a algum outro lugar. Mas, sem pressa, é possível conferir com calma atrativos culturais e gastronômicos. Em uma caminhada de menos de 50 metros, e sem precisar atravessar uma única rua, dá para visitar o Cine Theatro Brasil, que passou por uma revitalização recente, a Casa da Fotografia de Minas Gerais, que ocupa um prédio histórico (e que muitas vezes passa despercebido) e ainda parar para um dedo de prosa com café e pão de queijo no lendário Café Nice, tudo isso sem a tradicional muvuca da região.
Fuja das filas dos novos restaurantes
O belo-horizontino ama tanto uma novidade gastronômica que uma das características comuns dos novos estabelecimentos costuma ser uma quilométrica fila na porta. Por isso, janeiro pode ser estratégico para quem está morrendo de vontade de conhecer casas novas como o Coco Bambu, rede de cozinha cearense, ou o Gero, tradicional restaurante da rede Fasano, que abriram suas portas por aqui no ano passado. Projeto do premiado chef Léo Paixão, do Glouton, o Nicolau Bar da Esquina foi um desafio para quem tentou visitá-lo logo após a abertura, já que as filas eram de horas. Neste mês, a expectativa é que uma mesa seja mais fácil de conseguir. Queridinhos da galera mais nova, a Cozinha Tupis e a Cervejaria Goitacazes, no Mercado Novo, também valem um pulo com mais calma. Outros donos de filas imensas, o Mercado da Boca e o Mercado Cervejeiro, ambos no Jardim Canadá, em Nova Lima, com certeza estão mais civilizados nessa época do ano.
Encare a Feira Hippie
A maior feira a céu aberto da América Latina é encarada pela maioria dos belo-horizontinos como uma "tourist trap", uma armadilha para os turistas. Não é difícil entender o porquê. Ocupando um trecho de 600 metros da avenida Afonso Pena todo domingo, ela fica invariavelmente lotada de pessoas em busca de roupas, artesanato, objetos de decoração e comidas típicas. Como o grande problema do passeio simplesmente não existe em janeiro, o mês é o ideal para quem sente vontade – mas nunca teve coragem – de conferir de perto a feira.
Pratique um esporte radical na esplanada do Mineirão
Após a reforma para a Copa do Mundo de 2014 (e para ser palco do famigerado 7 a 1), o Mineirão ganhou uma esplanada gigantesca no seu entorno. O local logo foi adotado por praticantes de esportes radicais, como skate e patins, que usam a laje imensa para manobras ousadas. Com a cidade mais vazia, a esplanada fica bem mais espaçosa, sendo ideal para iniciantes, que precisam de uma área maior para praticar, e para os mais experientes, que podem se arriscar sem medo de trombar em outras pessoas.
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