Festival Cura leva arte de rua para antigo bairro boêmio de BH
Responsável por pintar dez imensos e incríveis painéis no centro de Belo Horizonte, o festival Cura – Circuito Urbano de Artes – desembarca amanhã, dia 5, na Lagoinha, antigo bairro boêmio de Belo Horizonte. A edição extraordinária do evento, que vai até 15 de setembro, tem uma programação caprichada, com feira gastronômica, shows, exposições e, claro, a oportunidade de acompanhar em tempo real a criação dos murais.
Nas suas edições anteriores, o Cura contou com um mirante na rua Sapucaí, que tem vista privilegiada para o skyline do centro de Belo Horizonte, e permitia acompanhar a elaboração das obras. Já na Lagoinha, apenas parte das intervenções poderá ser acompanhada de um novo mirante, desta vez na rua Diamantina.
A vantagem disso é que obriga, a quem quiser ver tudo de perto, a circular pelo bairro. A ideia não é por acaso, já que um dos organizadores da edição, Filipe Thales, também é responsável pelo Rolezim Lagoinha, um passeio cultural guiado pelas ruas da vizinhança. Foi ele e Daniel Queiroga, que são moradores do bairro, que fizeram o convite para a edição extraordinária do Cura.
Como também faltam fachadas cegas gigantes, o alvo das artes serão prédios inteiros, murais e dois bares. Entre os artistas convidados estão Raquel Bolinho, que comemora dez anos de atuação espalhando seu icônico personagem pela cidade. Ela vai pintar um edifício na rua Diamantina. Cria do bairro, Zé D Nilson vai dividir o espaço com ela. Já o argentino Elian Chali, ficou responsável pelo prédio do Senai, marco da região, enquanto a piauiense Luna Bastos vai cuidar do Órbi Conecta, espaço que reúne diversas startups e iniciativas de tecnologia.
Na rua Diamantina, vários muros serão trabalhados por Wanatta, Rupestre Crew, Fênix e Saulo Pico. Já Priscila Amoni fica por conta da Casa Manuel Felipe, na rua do Serro. O Armazém Número Oito e o restaurante do Luiz Atleticano serão responsabilidade, respectivamente, de Nila e Gabriel Dias.
O festival se soma a mais iniciativas para resgatar o bairro, que vinha sendo maltratado e desprezado há décadas pelos governantes. Mutilada por um sistema horrível e incompreensível de viadutos – não à toa batizado de "Complexo da Lagoinha", a região, felizmente, vem mudando aos poucos. O Movimento Gentileza, festival dedicado ao grafite, coloriu passarelas e algumas ruas em março, enquanto restaurantes novos e diferentes têm levado um público diverso ao velho bairro boêmio. "Nem a falta de investimentos e nem a imagem de abandono que lhe tentaram imprimir, conseguiram impedir que a Lagoinha reescrevesse sua história. A região hoje resgata sua raiz cultural para criar novas conexões. E a força da sua cultura é o que nos traz aqui", conta Juliana Flores, idealizadora e curadora do festival, ao lado de Priscila Amoni e Juliana Macruz.
Ponto central desta edição, o mirante da rua Diamantina vai receber boa parte da programação, que pode ser conferida completa aqui. Um bar da cervejaria artesanal Wäls também será instalado por lá, puxando a campanha de rebatizar, no país inteiro, o tradicional copo americano, que é conhecido em Belo Horizonte, justamente, como copo lagoinha. Mais boêmio, impossível.
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